Com frota de 130 milhões de carros para 2050, Brasil ainda não dá resposta adequada ao transporte público

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

frota de carros no Brasil
Ônibus elétrico híbrido. Projeção do Ministério de Minas e Energia revela que até 2015, o BRASIL deve ter 130 milhões de veículos. Além de investimentos em transportes públicos, com destaque para redes conjugadas de ônibus e metrô, a mobilidade limpa, em especial a elétrica, é uma das alternativas para os desafios que surgem com esta perspectiva de frota no País. Foto: Adamo Bazani.
Com frota que deve crescer 361%, Brasil deve ter COMO meta transporte público para que as cidades não travem
Em 2050, total de veículos no Brasil deve chegar a 130 milhões. Ônibus e carros elétricos são vistos como solução energética e de saúde pública
ADAMO BAZANI – CBN
O dado é preocupante e apesar de se tratar de uma projeção para o ano de 2050, aparentemente longínquo, as ações precisam ser tomadas agora.
O Ministério de Minas e Energia incluiu no PNE – Plano de Nacional de Energia para 2050 a previsão de que até este ano o Brasil deve ter uma frota de 130 milhões de veículos, a grande maioria, carros de passeio. Atualmente o número é um pouco maior que 36 milhões de automóveis.
O que pode parecer um sinal de prosperidade também representa um grande problema se o país não oferecer uma infraestrutura adequada para que o uso de tantos automóveis, em especial nas médias e grandes cidades, seja feito de maneira inteligente.
Ainda de acordo com as projeções, que ustilizaram padrões internacionais tendo como base países como Alemanha e Espanha, o número de veículos vai continuar crescendo até 2050 numa proporção muito maior que a população. Hoje a taxa é de um carro para cinco brasileiros. Este número, em 2050, deve ser de um carro para dois brasileiros.
Se estes veículos fossem usados por todos os proprietários para os deslocamentos diários, haveria um colapso de mobilidade nas cidades.
O número de pessoas vai crescer menos, a quantidade de carros terá um salto, mas a estrutura nas cidades tem pouca margem de crescimento.
Não tem como aumentar o espaço para os carros na mesma proporção que a frota.
Assim, as projeções do Ministério de Minas e Energia são MAIS uma prova de que as ações em prol do transporte coletivo devem ganhar já agora um ritmo maior e os investimentos não permitem mais erros, aventuras e excentricidades políticas.
Parece que 2050 está longe. Mas se for levado em consideração que uma linha de dez quilômetros de metrô pode demorar de dez a quinze anos para ficar pronta e que a malha ferroviária urbana e metropolitana no Brasil é muito pequena, as projeções revelam que o Brasil ainda não está preparado para o crescimento tão significativo da frota de veículos.
O problema não é o Brasil ter uma ALTA taxa de motorização. Mas é o carro se tornar o PRINCIPAL meio de deslocamentos diários.
São necessárias ações que possam reduzir num curto prazo a dependência do automóvel enquanto linhas estruturantes de metrô e outros modais de ALTA capacidade comecem de fato a cobrir uma parte importante das cidades.
E os corredores de ônibus de alta velocidade, BRTs _ Bus Rapid Transit – são essenciais, mas não apenas como medidas paliativas. Sistemas que priorizam ônibus no espaço urbano não se tornam obsoletos com o crescimento do metrô. Muito pelo contrário. Os corredores de ônibus organizam as cidades para que os sistemas metroferroviários atendam realmente as grandes demandas que justifiquem os altos investimentos e formem uma malha de transportes públicos com diversos modais. Também impedem que as linhas de metrô já “nasçam” saturadas.
Um corredor de ônibus de alta velocidade oferece vantagens semelhantes às do metrô para os passageiros, como viagens mais rápidas em estações e veículos com maior nível de conforto, no entanto, com custos e tempo de implantação bem mais reduzidos. Em dois anos é possível fazer o dobro de extensão de uma estrutura de corredor de ônibus com custos de cinco a dez vezes menores na comparação com o metrô.
Mas vale ressaltar novamente: um modal não exclui o outro. No entanto, como são tempos de construção diferentes e as cidades precisam se preparar para esta frota de veículos está no ônibus a resposta rápida para os desafios da mobilidade urbana.
A projeção do Ministério de Minas e Energia indica que a proporção de veículos leves deve ter um crescimento menor e representar 55% da matriz de transportes de passageiros.
No entanto, vale ressaltar que mesmo assim o dado não pode ser visto como um sinal de melhores perspectivas em relação à mobilidade se não for acompanhado de políticas que levem a sério o transporte público. Isso porque, a ocupação que um automóvel faz nas cidades não é inteligente e aproveita mal o espaço urbano. Enquanto um caro de 4,12 metros de comprimento só pode transportar apenas cinco pessoas, um ônibus de 13,2 metros atende a 80 pessoas. Isso sem levar em consideração que apesar de ter capacidade para cinco pessoas, os carros andam em média apenas com dois ocupantes. Assim, estes 55% dos carros vão transportar menos pessoas que os outros meios de transporte, mas ocupando um espaço maior nas cidades e proporcionalmente poluindo bem mais por passageiro.
Em relação ao consumo de combustível e poluição, o Ministério de Minas e Energia aposta na mobilidade elétrica, com carros e ônibus a baterias ou híbridos, como solução para o crescimento da frota.
Até 2040, o consumo de combustível deve triplicar, mas depois desta década, a tendência é de redução justamente pela maior quantidade de veículos elétricos.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Pégaso e Jabour em pool em nova linha de Sepetiba para o Centro

Desde a cassação da linha 2304 (Sepetiba - Carioca) operada pela empresa Viação Algarve, a mesma está sendo operada pelas empresas Expresso Pégaso e Auto Viação Jabour com o prefixo LECD 8 com o mesmo roteiro.
Carro da foto: D87865

Aumento das tarifas é única solução para 2015, dizem empresas de ônibus

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

aumento tarifa de ônibus
Ônibus em Mauá. NTU vê como positiva a ideia de os prefeitos da região metropolitana de São Paulo aumentarem as tarifas de ônibus seguindo as mesmas DATAS e valores da capital paulista. A proposta divide opiniões. Movimentos sociais dizem que não há lógica, por exemplo, uma cidade como Mauá, com 150 mil passageiros, 210 ônibus e linhas com 16 quilômetros de extensão ter o mesmo valor das passagens em São Paulo que possui vários tipos de integrações, linhas com 100 quilômetros de extensão, 6 milhões de passageiros e 15 mil veículos.
Empresas de ônibus dizem que única solução para os custos dos transportes é aumento da tarifa em 2015
Presidente da NTU – Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos diz que as tarifas estão com um déficit de 14% em relação aos custos de operação dos ônibus
ADAMO BAZANI – CBN
Com informações de Dimmi Amora – Folha de São Paulo
O presidente da NTU – Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, Otávio Cunha, disse nesta quinta-feira, dia 20 de novembro de 2014, que não há outra solução para os custos dos transportes nas principais cidades do país a não ser reajustes das tarifas de ônibus em 2015.
Segundo ele, nas capitais com os maiores SISTEMAS DE TRANSPORTES, o déficit das tarifas de ônibus em relação aos custos operacionais será de 14% até o final deste mês.
São Paulo, por exemplo, está sem reajuste desde 05 de janeiro de 2011. Em 02 de junho de 2013, as passagens de ônibus subiram de R$ 3,00 para R$ 3,20, mas após a série de protestos contra as tarifas em todo o País, o valor voltou para R$ 3,00 em 24 de junho de 2013.
Otávio Cunha disse que ou as tarifas de ônibus deverão ser reajustadas ou então as prefeituras e governos estaduais terão de aumentar ainda MAIS os valores dos subsídios.
E isso preocupa o representante das empresas de ônibus já que nem todas as cidades terão condições financeiras para aumentar estas subvenções, além de a prática comprometer o orçamento de outras áreas.
Se a cidade de São Paulo, por exemplo, quiser em 2015 manter a passagem de ônibus municipal em R$ 3,00, os subsídios podem ultrapassar R$ 2 bilhões.
O presidente da NTU explica que a defasagem das empresas de ônibus se dá pelo fato de que todos os custos operacionais aumentaram e as tarifas não acompanharam reajustes como dos salários dos motoristas e cobradores de ônibus, dos pneus, dos valores dos próprios veículos, que agora com tecnologia de restrição à emissão de poluentes mais avançada se tornaram mais caros, além da elevação do preço do óleo diesel que, segundo Otávio Cunha, desde junho de 2012 acumula alta de 38% enquanto que a gasolina tem reajustes de 23% acumulados no mesmo período, o que seria um incentivo ao transporte individual.
Ele ainda acredita que nem mais a desoneração fiscal pode ser encarada como uma medida de curto prazo para o que classifica de déficit nos SISTEMAS DE TRANSPORTES. Isso porque, na visão do representante dos empresários de ônibus urbanos, não há mais margem para a redução de impostos e tributos como foi realizado em 2013
EMPRESAS DE ÔNIBUS PODEM ENTRAR NA JUSTIÇA CONTRA CONGELAMENTO:
O presidente da NTU, Otávio Cunha, também afirmou que muitos contratos assinados com diversas prefeituras e governos estaduais preveem aumentos de tarifas uma vez por ano.
Como isso não ocorreu, na visão dele, houve uma quebra deste ponto de contrato e as empresas teriam o direito de entrar na Justiça para reaver as eventuais perdas com os congelamentos tarifários.
AUMENTO PARA TODA A REGIÃO METROPOLITANA DE SÃO PAULO:
O diretor institucional da NTU, Marcos Bicalho, vê de maneira positiva o movimento de prefeitos da Região Metropolitana de São Paulo de unificar as tarifas e datas de aumentos em relação ao que for adotado pela capital.
Seria uma forma de unificar custos e permitir integrações entre sistemas.
A proposta, no entanto, é vista com ressalvas por movimentos sociais e especialistas.
Segundo eles, uma cidade como Mauá, com 150 mil passageiros, 210 ônibus e com linhas de até 16 quilômetros de extensão não poderia ter a mesma tarifa da cidade de São Paulo com 6 milhões de passageiros, algumas linhas com cerca de 100 quilômetros de extensão e uma frota de quase 15 mil coletivos, além de permitir integrações gratuitas de 3 horas entre os ônibus e com valor considerável de DESCONTO entre ônibus, trem e metrô.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Após falência decretada, bens da Busscar serão leiloados no dia 2 novembro

Será realizado em 26 de novembro o leilão dos bens do grupo Busscar, fabricante de carrocerias que teve falência decretada em setembro. Os ativos das oito empresas da holding estão avaliados em R$ 489 milhões. O valor arrecadado servirá para abater as dívidas, que chegam a R$ 1,6 bilhão.
Maior empresa do grupo, a Busscar Ônibus faturava no seu auge, no ano de 2008, cerca de R$ 685 milhões e empregava mais de 5 mil funcionários. O parque fabril tem capacidade para produzir 42 carrocerias por dia e está avaliado em R$ 369 milhões.
A segunda maior empresa do grupo é a Tecnofibras, avaliada em aproximadamente R$ 74 milhões e ainda em operação. A companhia fabrica peças para carroceria de plástico reforçado com fibra de vidro. Em 2013 faturou aproximadamente R$ 81 milhões e emprega hoje 400 funcionários.
Também estarão à venda bens da empresa de climatização Climabuss, avaliados em R$ 5 milhões, ativos não operacionais do grupo (R$ 40 milhões) e participação minoritária na companhia Busscar Colômbia (R$ 1 milhão), que tem operação independente.
O leilão será realizado por carta fechada. Os interessados devem entregar as propostas até o dia 25 de novembro, às 19 horas, no gabinete da 5ª vara Cível da comarca de Joinville (SC). A abertura das cartas será feita no dia 26 de novembro, às 13 horas, seguida de leilão entre os responsáveis pelas maiores ofertas.
A quantia mínima é de 60% do valor de avaliação dos ativos. Para a compra isolada da participação acionária da Busscar Colômbia e das ações e títulos da Busscar Ônibus será aceito apenas pagamento à vista.

Especial Fetransrio - Parte 3

Hoje o Portal Bus Elite fecha o especial da cobertura da 16ª Etransport e 10ª Fetransrio com as novidades do mercado dos transportes. Pra fechar com chave de ouro, fotos das miniaturas do estande da Mega Tintas e os chassis Volvo B215R e B340M bi-articulado e os demais estandes destacados na feira. Meus agradecimentos aos organizadores do evento, aos estandes das montadoras e a todos os busólogos de verdade que compareceram lá.